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A paralisia facial tem várias causas, podendo ser congênita, idiopática, traumática, decorrente de sequela de cirurgia oncológica ou otite média (infecção de ouvido).
A mais frequente é a paralisia idiopática ou de Bell, como é conhecida. Ocorre devido ao edema do nervo facial no interior do canal ósseo no osso petroso maior. É em geral causada por vírus do tipo Herpes.
As técnicas mais utilizadas atualmente para reanimação da face paralisada são o “Cross-face nerve graft”, a transposição de músculo temporal, a neurorrafia entre o nervo hipoglosso e nervo facial lesado e o transplante microcirúrgico de músculo grácil.
Nossa preferência para paralisias recentes é o “Cross-face nerve graft” com neurorrafia término-lateral. Isto significa a colocação de um ou dois enxertos de nervo sural ligando o nervo facial normal com o nervo paralisado, sem secção (lesão) em nenhum destes nervos.
Nos casos de paralisias antigas utilizamos, quando não existe a chance de reinervar os músculos devido a atrofia permanente, a transposição ortodrômica do músculo temporal. O tendão do músculo temporal é alongado com enxerto de fáscia lata que é fixada aos lábios. Assim, para sorrir, o paciente realiza pequeno movimento de mordida, contraindo o músculo temporal e tracionando o canto da boca, realizando o movimento de sorriso. Depois de alguns meses o movimento de sorriso torna-se automático e o paciente não precisa mais morder.
A paralisia congênita, ou seja, detectada ao nascimento, pode ser uni ou bilateral. O tratamento é iniciado imediatamente com eletroestimulação de baixa intensidade para impedir a atrofia dos músculos comprometidos. Após os dois ou três anos de idade o paciente já pode ser submetido à cirurgia com colocação de enxertos de nervos para reinervar os músculos paralisados.
Uma das mais graves situações em paralisia facial congênita é a Síndrome de Möebius, onde, além da face, o movimento dos olhos, a posição dos pés, entre outros, podem estar afetados.
Da mesma forma, em paralisia congênita, nos casos vistos com idades mais levadas, utilizamos a transposição ortodrômica do músculo temporal.
No pós-operatório é importante a participação do fonoaudiólogo para o auxiliar o treinamento para o retorno do sorriso.
As pálpebras, na maioria dos casos, podem também estarem paralisadas. A impossibilidade de fechar a pálpebra superior pode causar ressecamento, úlceras de córnea e até perfuração do globo ocular. O tratamento mais utilizado em nossa clínica é a colocação de uma pequena peça de ouro, com peso determinado conforme cada caso. A cirurgia é feita com anestesia local e o resultado é imediato, permitindo piscar e fechar as pálpebras já no outro dia. A pálpebra inferior pode, em casos mais graves, apresentar “ectropium” do globo ocular, ou seja, estar mais baixa da posição normal e afastada do globo ocular. A correção é feita pala cirurgia conhecida como “tarsal strip”, onde uma fita do tarso, cartilagem que compõe a borda palpebral, é tracionada e fixada superiormente na margem orbital.
Viterbo, F.; de Paula Faleiros, H. R. “Orthodromic transposition of the muscle for facial paralysis: made easy and better”. J. Craniofacial Surg., 16(2): 306-309, março 2005.
Viterbo, F.; Romão, A.; Brock, R.S.; Joethy, J. “Facial Reanimation Utilizing Combined Orthodromic Temporalis Muscle Flap and End-to-Side Cross-Face Nerve Grafts”. Aesthetic Plast Surg, 38(4): 788-795, junho 2014.
Fausto Viterbo, M.D., M.S., PhD, brasileiro, nascido em Vacaria – RS, é Professor Adjunto da Disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Botucatu / UNESP. É diretor da Clínica de Cirurgia Plástica “Dr. Fausto Viterbo” desde 1982.
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